A crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus começa a apontar seus indicadores concretos no âmbito regional também.
Na região dos Campos Gerais, da qual Reserva faz parte, as exportações tiveram uma queda de 22%, de janeiro a março de 2020, em comparação ao mesmo período de 2019. O destaque negativo da região é Reserva, com redução de 68,0%.
Destaca-se que a redução nas exportações poderia ter sido maior se não fosse a valorização da taxa de câmbio no período de janeiro a março de 2020. A titulo de ilustração, no período de janeiro a março de 2020 a taxa de câmbio média foi de R$ 4,66 ante R$ 3,76 no período de janeiro/março de 2019. Caso a taxa de câmbio permanecesse a mesma em ambos os períodos, a variação negativa nas exportações seria em torno de 37,0%.
Com base nos dados utilizados, não é possível precisar quais os principais fatores que causaram a redução das
exportações da região, mas é possível conjecturar que essa retração já pode ser um reflexo da recessão econômica ocasionada pela pandemia do COVID-19.
Na Tabela 1, reporta-se os dados das exportações, importações e o saldo da balança comercial da região dos Campos Gerais no citado período. As exportações da região atingiram pouco mais de R$ 2 bilhões e as importações R$
679,6 milhões, configurando um saldo na balança comercial (Exportações – Importações) de quase R$ 1,5 bilhão.
Seguindo ainda com os dados reportados na Tabela 1, é possível comparar o desempenho do comércio exterior dos Campos Gerais nos períodos de janeiro/março de 2020 e janeiro/março de 2019. Nesse caso, verificamos uma
variação negativa das exportações de 22,1%, um aumento nas importações de 17,5% e uma redução no saldo da balança comercial de 32,4%.
Os dados descritos na Tabela 2, destacam as exportações e importações dos Campos Gerais desagregadas por municípios, bem como fornecem a variação desses fluxos em relação ao mesmo período (janeiro/março) de 2019. No caso das exportações, nota-se que, nessa ordem, Ponta Grossa, Ortigueira e Telêmaco Borba continuam como os três principais exportadores da região; em conjunto, esses três municípios foram responsáveis por 85,6% das exportações.
Comparando os dados de 2020 com os dados do mesmo período (janeiro/março) de 2019, verifica-se que dos 17 municípios exportadores, 10 tiveram variação positiva nas exportações e 7 variação negativa. Em termos relativos, o destaque é Arapoti, com variação de 159,0% nas exportações. Em termos absolutos, os municípios que mais reduziram as suas exportações foram Ortigueira (R$ 336 milhões) e Ponta Grossa (R$ 275 milhões).
Ainda considerando os dados da Tabela 2, mas agora analisando as importações, nota-se que o município de Ponta Grossa é responsável por 82,1% das importações da região. Esse resultado já era esperado, pois como as
importações da região (como veremos mais adiante) é concentrada em máquinas e equipamentos, e Ponta Grossa é o município com o parque industrial maior e mais diversificado, é esperado que as importações se concentrem nesse município.
Dos 12 municípios importadores, 7 aumentaram as suas importações em relação ao mesmo período (janeiro/março) do ano passado, com destaque para o município de Ortigueira, que elevou as suas importações em 79,9%. Já os municípios que reduziram as suas importações em relação ao mesmo período de 2019, destacam-se Imbaú e Porto Amazonas, com redução de 100%; isto é, as empresas instaladas nesses municípios não realizaram importações no período janeiro/março de 2020.