Saúde

Como o inverno e as doenças respiratórias podem afetar a saúde dos olhos

O maior desafio da saúde pública no inverno é prevenir as doenças respiratórias. Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) revelam que a gripe, resfriado, rinite, sinusite, bronquite e asma triplicam na estação. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor executivo do Instituto Penido Burnier, a baixa umidade no frio diminui a lubrificação, primeira barreira de defesa dos olhos e todas as mucosas das vias respiratórias. “Pessoas que permanecem em locais fechados e pouco arejados durante o inverno têm o dobro de chance de contrair conjuntivite viral e alérgica”, salienta. Isso porque, este é o ambiente ideal para a multiplicação de diferentes cepas de vírus e acúmulo de partículas suspensas no ar que causam alergia respiratória e ocular. “Embora a conjuntivite seja causada por adenovírus, a gripe pelo influenza e o resfriado pelo rinovírus quando as vias respiratórias são atingidas por gripe ou resfriado, indica queda da imunidade e o risco de ter conjuntivite viral é maior. A doença, explica, altamente contagiosa é a inflamação da conjuntiva, membrana transparente que reveste as pálpebras e a superfície dos olhos. “Já a conjuntivite alérgica não é transmissível, mas causa coceira intensa e pode causar danos permanentes”, pontua.

Sinais de alerta

Queiroz Neto explica que para atravessar a estação com boa saúde ocular a primeira medida é garantir a lubrificação dos olhos e das vias respiratórias. Os sinais de alerta elencados pelo oftalmologista são:

  • Olho seco: Sensação de areia nos olhos, vermelhidão, coceira leve e vermelhidão, são os primeiros sinais de que você pode contrair conjuntivite por uma deficiência na lágrima. Queiroz Neto ressalta que em algumas pessoas os olhos derramam lágrima sem parar. Isso acontece, salienta, porque as glândulas nas bordas das pálpebras que produzem a lágrima estão obstruídas.
  • Conjuntivite viral: pálpebras inchadas, vermelhidão, coceira, ardência, sensação de areia nos olhos, lacrimejamento, secreção viscosa e fotofobia (aversão à luz). Por ser altamente contagiosa, observa, e representa importante fator de afastamento do trabalho que pode durar até quatro semanas.
  • Conjuntivite alérgica: Os olhos apresentam secreção aquosa, coceira mais intensa e todos os outros sintomas da viral.

Grupos de risco

O especialista que também é membro do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) afirma que os grupos mais atingidos pela conjuntivite viral são as mulheres na menopausa que têm diminuição da lágrima causada pela queda da produção dos estrogênios, crianças que estão com o campo imunológico em desenvolvimento e idosos pelo desgaste do organismo. Dos três, comenta, as crianças são as que melhor reagem. Isso porque, todo o metabolismo é mais ativo e tomam diversas vacinas que as tornam mais resistentes.

Já a conjuntivite alérgica atinge 6 em cada 10 pessoas que convivem com outros tipos de alergia.

Contaminação

Queiroz Neto afirma que nas empresas os maiores veículos de contaminação viral são os teclados de computador, mouse e interruptores de luz. O especialista também chama a atenção para os carrinhos de supermercado e balcões do varejo. A dica para evitar o contágio é lavar as mãos com frequência, principalmente depois de usar objetos que foram manuseados por outras pessoas, manter o corpo hidratado, não compartilhar toalhas, fronhas, talheres, colírios e maquiagem .

Tratamento

O tratamento da conjuntivite viral é feito com compressas frias, lubrificação intensa e colírios anti-inflamatórios que aliviam os sintomas, mas só devem ser usados sob prescrição e acompanhamento médico. O especialista também recomenda uso de óculos escuros que melhoram o conforto evitam a proliferação de vírus pela exposição dos olhos à radiação ultravioleta. Queiroz Neto afirma que p vírus pode criar resistência mesmo sob medicação. Por isso, há casos em que se formam membranas na conjuntiva que exigem tratamento com corticoides e até aplicação de laser para remover opacidades na córnea que reduzem a acuidade visual.

O oftalmologista ressalta que a conjuntivite alérgica leve é tratada com colírios anti-histamínicos e lubrificante. Para quadros mais graves é indicado colírio com corticoide que sempre requer acompanhamento médico. Isso porque, o uso não pode ser interrompido subitamente para evitar efeito rebote. Outro cuidado, afirma, é evitar a instilação indiscriminada que aumenta o risco de desenvolver glaucoma e catarata precoce. O acompanhamento do oftalmologista é crucial, salienta, porque a alergia ocular pode ser recorrente e necessitar de outras terapias nos casos em que evolui para o ceratocone. Os cuidados no dia a dia recomendados pelo oftalmologista são: evitar coçar os olhos, ambientes fechados, poeira, contato com animais e plantas.

Prevenção

As principais dicas de Queiroz Neto para proteger os olhos no inverno são: Tomar vacina anualmente para gripe no outono; lavar as mãos com frequência; praticar exercícios moderados e constantes; evitar exercícios muito intensos para manter a resistência; não permanecer muito tempo sem se alimentar; beber 30 ml de água/quilo de seu peso; evitar aglomerações em locais mal ventilados e dormir regularmente.

Fonte – Eutrópia Turazzi.

Redação Reserva News

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