Caminhada da APAE de Reserva marca Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla e 29 anos de história

Uma caminhada aconteceu na manhã desta quinta-feira, dia 28 em Reserva, para celebrar o encerramento da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla que acontece anualmente entre os dias 21 a 28 de agosto.

Com a presença de alunos, pais de alunos, professores e colaboradores da Escola de Educação Especial “Mãos de Luz”, que tem como mantenedora a APAE, e também representantes de outros estabelecimentos de ensino, vereadores e outros munícipes, os participantes saíram da Praça da Bíblia, e percorreram a Avenida Coronel Rogério Borba, até a Praça da Matriz.

A caminhada teve como objetivo gerar conscientização e também marcar o encerramento da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, reforçando a importância da inclusão e do respeito às diferenças.

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Reserva completa, neste mês, 29 anos de história, amor e dedicação à inclusão. Desde sua fundação, a instituição vem transformando vidas, promovendo respeito e construindo oportunidades para pessoas com deficiência intelectual e múltipla.

Atualmente, a APAE de Reserva atende cerca de 170 alunos matriculados, entre eles mais de 20 cadeirantes, cada um com suas histórias, desafios e sonhos. O compromisso da APAE é oferecer cuidado e oportunidades para que cada aluno seja respeitado em sua individualidade e potencial e demonstrar que cada vida importa e cada conquista é motivo de celebração.

Luta contra a ADI 7796

Além do trabalho diário, a APAE de Reserva também se soma à luta em defesa da permanência das escolas especializadas. A instituição esteve presente na grande caminhada em Curitiba, que reuniu milhares de pessoas contra a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7796, proposta que ameaça a existência de mais de 400 instituições no Paraná, responsáveis pelo atendimento de cerca de 40 mil pessoas com deficiência.

Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla

A comemoração dos 29 anos da APAE coincidiu com a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla.

Seu objetivo principal é conscientizar a sociedade sobre a importância da inclusão e do respeito às diferenças, combatendo o preconceito e a discriminação contra pessoas com deficiência intelectual e múltipla.

O evento é um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da inclusão. Segundo a instituição, mais do que falar sobre direitos, a semana é dedicada a valorizar talentos e singularidades. “A inclusão é escuta, respeito e dar lugar de fala. Quando a sociedade escuta e valoriza cada pessoa, a inclusão se torna realidade”.

Quase três décadas de conquistas

São quase três décadas de conquistas que envolvem alunos, famílias, colaboradores e toda a comunidade reservense. Cada passo dado reflete o esforço coletivo em prol da inclusão social e da garantia de direitos.

Parabéns à APAE de Reserva pelos seus 29 anos de histórias e realizações. Esta trajetória é motivo de orgulho para toda a cidade!

Caminhada em tom de manifestação

Em pronunciamento ao final do evento, a diretora da APAE de Reserva disse que segue confiante num resultado positivo do STF – a votação acontece ainda neste final de agosto – e que todos estão esperançosos no entendimento pela Suprema Corte de que as Apaes do Paraná exercem um serviço essencial para milhares de alunos e famílias que dependem desse atendimento especializado.

APAEs do Paraná poderão deixar de ser escolas

A possibilidade das APAEs deixarem de atuar como escolas no Paraná tem intensificado o debate sobre educação inclusiva e o direito de escolha das famílias.

Caso essas instituições sejam fechadas, o impacto pode ser significativo no atendimento educacional especializado a pessoas com deficiência, especialmente aquelas que necessitam de apoio mais intenso.

A maior preocupação dos organizadores das mobilizações é a tramitação da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 7796), em análise no Supremo Tribunal Federal (STF), que pode resultar no encerramento das atividades escolares das APAEs no estado. O governo do Paraná já declarou ser contrário a essa medida.

Caso seja julgada procedente, a ação poderá comprometer a validade das leis estaduais nº 17.656/2013 e nº 18.419/2015, que asseguram a continuidade das escolas especializadas no Paraná.

A possível derrubada dessa legislação estadual de inclusão preocupa não apenas as instituições de ensino especializadas, mas também milhares de famílias que correm o risco de serem privadas de atendimento adequado.

Nessa hipótese, os alunos atualmente matriculados nas APAEs e em outras escolas de educação especial teriam que migrar para a rede regular de ensino, cenário que levanta diversos impasses, como a falta de profissionais e a inadequação da infraestrutura escolar para atender às necessidades específicas desses estudantes.

Veja fotos do evento: