Agropecuária

China paralisa compra de soja dos EUA e amplia espaço para o Brasil no mercado global

A China praticamente interrompeu as compras de soja dos Estados Unidos em 2025, abrindo ainda mais espaço para o Brasil nas exportações do grão. O levantamento foi divulgado pela American Farm Bureau Federation, uma das principais entidades do agronegócio norte-americano, que representa cerca de 6 milhões de produtores rurais.

De acordo com o estudo, os chineses adquiriram 26,5 milhões de toneladas de soja dos EUA em 2024, o que correspondia a aproximadamente metade das importações totais do país asiático. Neste ano, entretanto, o volume caiu para apenas 5,8 milhões de toneladas até setembro — uma redução drástica que acendeu o alerta entre produtores americanos.

A entidade aponta que “os mercados de soja se tornaram o sinal mais claro de estresse no comércio agrícola dos EUA”. Segundo o relatório, entre junho e agosto os Estados Unidos praticamente não enviaram soja à China, e não houve registro de novas compras para a próxima safra.

Enquanto isso, o Brasil se consolida como o principal fornecedor do grão ao mercado chinês. Nos nove primeiros meses de 2025, o país exportou mais de 77 milhões de toneladas de soja para a China, número que reforça a liderança sul-americana e a perda de competitividade dos produtores norte-americanos.

O comportamento chinês reflete uma tendência mais ampla: a redução da dependência dos EUA também em outros produtos agrícolas, como milho, trigo, carne suína e algodão. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as exportações agrícolas ao país asiático devem totalizar US$ 17 bilhões em 2025, queda de 30% em relação ao ano anterior e de mais de 50% em comparação a 2022. Para 2026, a projeção é ainda menor — cerca de US$ 9 bilhões, o menor patamar desde 2018.

Diante desse cenário, produtores norte-americanos de soja recorreram ao presidente Donald Trump. Em carta enviada em agosto, a Associação Americana da Soja (ASA) pediu que o governo busque um novo acordo comercial com Pequim para evitar perdas ainda maiores.

“Os produtores estão sob estresse financeiro extremo. Os preços caem enquanto os custos de produção aumentam, e não podemos suportar uma disputa prolongada com nosso maior cliente”, afirmou a ASA no documento.

Com a retração das compras chinesas e a ascensão brasileira, o Brasil reforça sua posição de destaque no mercado global da soja — um movimento que pode redefinir o equilíbrio comercial entre as maiores potências agrícolas do planeta.

Fonte – Com informações de Metrópoles.com.

Redação Reserva News

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