Entre os muitos jovens que entraram no gramado do Estádio Municipal Hilário Hornung, em Reserva, para a disputa da Fase Municipal dos 71º Jogos Escolares do Paraná – JEPs – Bom de Bola, havia atletas que carregavam histórias que iam além das quatro linhas. Estudantes do 1º ano do ensino médio do Colégio Cívico-Militar Gregório Szeremeta, de Reserva, que, até então, nunca haviam jogado em um campo de futebol — suas experiências se limitavam às partidas de futsal nas aulas de Educação Física.
Mas quando a bola rolou, eles surpreenderam: firmes na defesa e no ataque, mostraram que talento e determinação não dependem de cenário, mas de coragem. A trajetória desses meninos é mais do que esportiva. É a prova viva de resiliência, superação e luta diária.
Da rotina entre a leiteria, o trabalho no campo e os estudos, para os gramados do Estádio Municipal Hilário Hornung, assim foram a quinta e a sexta-feira de emoção para os alunos do Colégio Cívico-Militar Gregório Szeremeta, de Reserva, que disputaram a competição.
Apesar de realidades sociais completamente diferentes de muitos adversários, a equipe — formada em sua maioria por jogadores que nunca haviam pisado no gramado de um estádio — mostrou qualidade e foi longe no torneio.
Os primeiros compromissos esportivos começaram na quinta-feira, dia 14, e a maratona começou logo cedo: depois de almoçarem às 10 horas na escola, os jogadores do CCM Gregório Szeremeta entraram em campo às 13 horas, em partida contra a Escola Estadual Albano Guimarães Martins – Pinhal Preto. Ao final do tempo regulamentar, o empate levou a decisão para os pênaltis, e os meninos do Gregório levaram a melhor.
Poucas horas depois, às 15 horas, o desafio foi contra o Colégio Estadual Professora Helena Ronkoski Fioravante — equipe de tradição na cidade, formada por atletas que já treinam no campo há anos. Ao final da partida, o placar apontava a vitória do Gregório por 1 a 0, com o gol solitário de Tiago.
O professor de Educação Física, Roberson, que liderou a equipe, não escondeu o orgulho:
“Ganhar dois jogos no mesmo dia, contra times tão fortes, foi emocionante. Esses meninos merecem muito.”
A professora Regiane, que auxiliou na parte técnica, também comemorou, mas sabia que ainda havia um grande obstáculo pela frente: o Colégio Estadual Manuel Antônio Gomes (Cemag), presença constante nas finais do torneio.
Na noite de quinta, professores e atletas se reuniram para analisar os erros e traçar estratégias. Mas, segundo Roberson, o maior desafio não estava no gramado:
“A realidade deles é diferente. Eles estudam, trabalham, moram longe — em locais como Vila Rural, Vau e Estação — e nunca treinaram juntos fora da escola. Só de estarem aqui participando já é uma vitória.”
Na sexta-feira, dia da final, a logística foi um capítulo à parte. Os professores buscaram alguns atletas no trabalho, e parte da equipe chegou no transporte oferecido pela Prefeitura de Reserva. Nervosos, entraram em campo contra o temido Colégio Estadual Manuel Antonio Gomes, o CEMAG, que havia goleado seus adversários nas partidas anteriores.
A vitória não veio, a equipe acabou perdendo para o CEMAG por 4 a 1, com gol de Luiz, que havia saído da leiteria, local onde trabalha, minutos antes da partida. Mas a parada era difícil: o CEMAG vinha de vitórias expressivas — 6 a 0 contra o Helena e 9 a 0 contra o Albano.
Mesmo assim, a derrota teve sabor de conquista. Para a professora Regiane, a campanha mostrou que o talento e a determinação desses jovens não podem ser subestimados:
“Eles saem daqui com a sensação de que podem ocupar qualquer lugar que desejarem.”
A segunda colocação não foi para atletas profissionais, mas para garotos que lutam diariamente para sobreviver — e que, por dois dias, mostraram a todos que coragem e união também jogam bola, e eles jogaram um bolão.
A vitória não veio, a equipe acabou perdendo para o CEMAG por 4 a 1, com gol de Luiz, que havia saído da leiteria, local onde trabalha, minutos antes da partida, mas a parada era dificil, afinal o CEMAG vinha de de vitórias expressivas: 6 a 0 contra o Helena e 9 x 0 contra o Albano.
Mesmo assim, a derrota teve sabor de conquista. Para a professora Regiane, a campanha mostrou que o talento e a determinação desses jovens não podem ser subestimados:
“Eles saem daqui com a sensação de que podem ocupar qualquer lugar que desejarem.” comentou a professora.
A segunda colocação não foi para atletas profissionais, mas para garotos que lutam diariamente para sobreviver — e que, por dois dias, mostraram a todos que coragem e união também jogam bola, e eles jogaram “um bolão”.
Fotos – Marcelo Pereira Foto Esporte