A eleição de Donald Trump para um novo mandato nos Estados Unidos está no radar da economia paranaense. A atenção à transição norte-americana é motivada pelas perspectivas de que o presidente eleito adote medidas protecionistas e promova a revisão de acordos comerciais, em linha com a política “America First”, que busca privilegiar o emprego e a produção local.
Iniciativas do tipo, que foram defendidas pelo republicano durante a campanha, teriam impacto direto para o agro paranaense de acordo com João Alfredo Nyegray, professor de Negócios Internacionais da PUCPR.
Mais do que isso a avaliação é de que o agronegócio paranaense pode sofrer mesmo sem a imposição direta de barreiras tarifárias a commodities como a soja, milho e carnes, que enfrentariam desafios com um governo de perfil protecionista nos EUA. Segundo ele, eventuais programas de apoio interno à produção americana já teriam, por si só, potencial para reduzir a competitividade do produto brasileiro.
O cenário pode ser ainda mais pressionado pelo desalinhamento entre Trump e o atual o governo brasileiro, de acordo com o especialista.
Sérgio Czajkowski Jr, professor doutor e pesquisador no UniCuritiba nas áreas de marketing, comércio exterior e relações internacionais, também vê como certo o risco de impactos com medidas protecionistas, mas ele frisa que o cenário pode favorecer a abertura de outros mercados.
No mesmo sentido, João Alfredo Nyegray também vê chance de janelas de oportunidade para commodities que não tem produção forte nos EUA.
Outro aspecto relevante que pode respingar no Paraná são rivalidades dos EUA com outros países.
Fonte – CBN – Curitiba
