O preço da soja disparou com a valorização do dólar e o aumento da procura no mercado internacional. A boa notícia para o agricultor se tornou motivo de preocupação para os motoristas que transportam a safra por causa dos roubos de cargas.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os bandidos estão atrás da soja – que em um ano saiu de R$ 100 a saca para R$ 180.
“Dentro da quadrilha organizada existe um receptador que, provavelmente, seja uma cerealista que está esquentando essa carga roubada”, afirma o chefe do Núcleo de Fiscalização da PRF, Ricardo Salgueiro.
Diversos roubos a caminhões carregados com soja foram registrados este ano.
Como agem os bandidos
Segundo a polícia, os bandidos atacam em trechos de rodovias onde não há casas ou construções. Em geral, eles aproveitam as subidas para aproximar o carro em que estão e pular no caminhão.
Em poucos minutos, desconectam as mangueiras de ar que ligam a cabine à carroceria. O sistema de freios é desativado, e o caminhão é obrigado a parar.
Enquanto a carga é roubada, o motorista do caminhão é sequestrado e levado para uma área de mata. Ele só é solto horas depois, quando os bandidos já fugiram com a carga.
Inclusive, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) deflagrou uma operação contra um grupo criminoso envolvido em roubo de carga de soja, no início de abril, em Imbituva, sendo cumpridos três mandados de busca e apreensão.
Os policiais civis apreenderam R$ 630 mil em cheques, R$ 8.250 em dinheiro, além de uma arma de fogo sem registro.
A PCPR foi acionada após uma denúncia, em abril deste ano, informando que uma carga de soja havia sido roubada e entregue em uma empresa naquele município.
De acordo com as investigações, o motorista teria registrado um boletim de ocorrência afirmando que a carga teria sido roubada e que ele havia sido refém dos suspeitos, mas foi constatado que ele teria levado a carga para a empresa.
Ainda há suspeita de que o mesmo grupo criminoso tenha praticado crimes da mesma natureza em diversas cidades da região.