Um homem que usava um nome falso para se passar por médico e atuar como terceirizado na Prefeitura de Reserva, se apresentou à Polícia Civil na quinta-feira (6). Ele estava foragido depois de ser descoberto.
Ele se entregou na presença de um advogado na cidade de Santo Antônio da Platina, no Norte Pioneiro do estado, onde está morando.
Segundo a delegada Sandra Nepomuceno, ele ficou em silêncio durante o depoimento na quinta e pediu alguns dias para ser ouvido.
O suspeito trabalhava principalmente em ambulâncias da cidade, na transferência de pacientes para outros municípios. Contudo, segundo a prefeitura, ele também chegou a atender a população no pronto atendimento municipal.
Para se passar por médico, o homem usou o Conselho Regional de Medicina (CRM) de um profissional de Santa Catarina. Conforme a polícia, eles têm semelhança de nome e aparência.
“Os dois, tanto verdadeiro quanto o falso, têm aproximadamente 30 anos de idade, mesmas características. E no CRM do médico verdadeiro ele apresenta uma barba. Essa barba também foi imitada pelo falso médico, então realmente pelas fotografias eles eram muito parecidos. Só fomos descobrir a farsa pelo comportamento”, afirmou a delegada. Contratado desde outubro pela empresa terceirizada, ele recebia R$ 1.500 por plantão.
A investigação contra ele começou depois do homem se recusar a fazer um transporte de uma criança intubada. Conforme a PC, o homem deve responder por exercício ilegal da medicina.
A delegada também informou que o crime é agravado pela situação do uso de documento falso, que é a pena mais grave e que pode dar até cinco anos de prisão.
A polícia também vai investigar se a empresa terceirizada da qual ele era funcionário sabia ou não da farsa, enquanto o prefeito de Reserva afirmou a um canal de televisão que vai rescindir o contrato com a companhia e comentou “Depois de ter passado por uma pandemia, depois de tantas coisas que aconteceram, tantas “percas”(sic) que nós tivemos, a pessoa querendo se aproveitar de uma situação pra ganhar vantagem financeira “sem tá podendo exercendo o que ela quer exercer”(sic)”.
O Portal Reserva News conversou com o atual Presidente da Câmara Municipal de Reserva, o Sr. Carlos Roberto Tosta (Carlos JJG), e comentou que a equipe da prefeitura municipal não fez nada com relação aos fatos, e que já tinham sido alertados, vindo a tomar alguma atitude após as constatações da falsidade por ele (Carlos JJG) e pelo vereador José Roberto, inclusive o Sr. Carlos foi o relator do Boletim de Ocorrência. Contestou também que os fatos relatados pela prefeitura de Reserva não condizem com a verdade.
Carlos JJG comentou que formalizou o convite a emissoras de televisão para o acompanhamento da 1ª Sessão da Câmara de 2022, para acompanharem o desabafo dos vereadores e detalharem por completo toda a ocorrência.
O Portal Reserva News também entrou em contato com o Conselho Regional de Medicina do Paraná, que nos deu o seguinte retorno: ” Temos a informar que o CRM-PR abriu procedimento para apurar os fatos, a partir de notícias veiculadas aos meios de comunicação. Importante destacar que o Conselho não tem atribuição para atuar no que se refere à pessoa que se faz passar por médico, pois se trata de questão policial/judicial. O Conselho vai apurar eventual transgressão ética de quem fez a contratação da pessoa que se passava por médico. Como estabelece a legislação, toda empresa/organização que presta serviços da área de Medicina precisa ter um diretor técnico, o qual necessariamente precisa ser médico. Ele tem responsabilidade em todos os atos envolvendo o exercício da Medicina.
Importante destacar que o CRM-PR não só fiscaliza as PJs como insistentemente passa alertas sobre o cuidado que se deve ter na contratação de profissionais, exigindo comprovação documental, eis que uma pessoa não habilitada para o exercício da Medicina representa elevadíssimo risco à população”.
Colaboração do Portal G1
