O Brasil tem um grande potencial dentro da cadeia de produção de carne no cenário mundial. Porém, a cadeia produtiva ovina não consegue ao menos atender ao consumidor interno. Existe uma forte dependência de exportações de carne ovina, estas provenientes principalmente do Uruguai.
No Brasil, as carnes mais conhecidas e procuradas são as de frango, bovina e suína. A carne ovina ainda tem produção e consumo tímidos, o que faz com que esse produto tenha grande potencial de crescimento. Segundo a Arco (Associação Brasileira de Criadores de Ovinos), o consumo interno da carne ovina é de 400 gramas por habitante ao ano, enquanto que o brasileiro come, em média, 44 kg de carne de frango, 35 kg de carne bovina e 15 kg de suína. E, de acordo com pesquisa realizada recentemente pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), 25 milhões de brasileiros, ou 12% dos consumidores do país, nunca sequer experimentaram a proteína oriunda de ovelhas, carneiros ou cordeiros.
À medida que o consumo global de proteína animal aumentar e, consequentemente, o preço subir, certamente restará ainda mais espaço para a carne ovina ocupar no mercado interno.
Além da carne, os ovinos também são conhecidos pelos produtos derivados do leite, como o queijo. Geralmente são produtos de alto valor agregado, o que pode ser um grande negócio para pequenos e médios produtores. E ainda a produção de lã, como matéria prima de algumas confecções e a produção de pelegos.
Outra vantagem que vale destacar na produção desses animais é a sua rusticidade. São ruminantes que têm boa adaptação em relação a alimentação.
Além disso, seu ciclo reprodutivo é relativamente rápido, o que também se torna uma vantagem para quem opta por esse tipo de criação.
A ovinocultura é uma atividade rural lucrativa, sustentável e além de tudo prazerosa de ser trabalhada. Por este motivo, o número de entusiastas no setor é crescente. O que falta é FOCO para que a permanência na atividade se sustente em longo prazo. Investir em conhecimento técnico e tecnologias aplicáveis é o primeiro passo para se concretizar este cenário no Brasil.
Com isso, vemos uma grande oportunidade de variação de renda dentro da propriedade investindo-se em ovinos, pois é uma atividade que pode ser desenvolvida paralela a outras. Desta forma, se tem um melhor aproveitamento de produção, fazendo com que cada segmento possa aproveitar aquilo que outro deixa restar.
Assim, vemos que o consumo de carne ovina ainda tem muito a crescer no Brasil e certamente exigirá do produtor maior atenção e profissionalismo.