A safra de tomates deste ano em Reserva, não foi do jeito que os produtores esperavam: a fruta graúda e saudável está fazendo falta nas plantações do campo da maior produtora do Paraná.
Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/PR), a caixa do tomate de 20 kg chegou a ser comercializada a R$ 160 em abril, 70% acima do valor normal.
Em janeiro, o tomate custava R$ 6,18 no Paraná, passou para R$ 6,32 em fevereiro, em março, chegou a R$ 9,35; e, em abril, ficou 15% ainda mais caro, custando em média R$ 10,71.
A família de Santos está no ramo há mais de 30 anos. Por safra, eles plantam cerca de 60 mil pés em Reserva. Mas a cultura, que por décadas trouxe o sustento da família, desta vez, quase foi sinônimo de prejuízo.
Nesta segunda safra, colhida entre abril e maio, praticamente 30% da produção não vingou.
Eleandro Santos conta que, no início da pandemia, a situação da produção seguiu relativamente tranquila, mas ficou mais cara com o passar do tempo e piorou bastante com a guerra na Ucrânia.
“Quando começou a guerra, o potássio, que a maioria vem da Rússia, triplicou de valor. Então, isso tornou bem mais cara a produção em si”, afirma o produtor.
O principal motivo desta quebra nesta safra de tomates em Reserva a ver com a chamada “doença do solo”, que ataca as raízes da planta e deixa o caule oco, fazendo com que ela não frutifique e que os poucos frutos não vinguem, como explica o engenheiro agrônomo Sérgio Fumio Ouchi.
Reserva abastece o Paraná com cerca de 29 mil toneladas de tomates todos os anos, mas o fruto também vem de outros estados.
Com a expectativa de colheitas mais fartas nos próximos meses, a previsão é de que os preços melhorem em breve.
De acordo com Nogueira, o preço do tomate comercializado no Ceasa caiu 40% em maio e a caixa de 20 kg, que em abril era comercializada por R$ 160, em maio está sendo comercializada a R$ 90.
“Essa queda se deve à maior oferta de produtos, porque já iniciamos a colheita no Paraná e os grandes produtores, Goiás e Minas, por exemplo, já estão nos fornecendo mais produtos aqui no estado”, explica Nogueira.
Com a colaboração do Portal G1