Compartilhar “correntes” no WathsApp não transfere dinheiro a ninguém

7324 0

As “correntes do bem” difundidas pelo serviço de mensagens online WhatsApp podem gerar comoção e convocar à participação imediata, mas, se você não sabe exatamente de quem veio nem por que veio, não compartilhe.

Em primeiro lugar, porque repassar este tipo de conteúdo adiante não transfere dinheiro a ninguém, porque o WhatsApp não paga ninguém por número de compartilhamentos, conforme sua política empresarial, disponível ao usuário em seu site oficial. Mais: a pessoa que leva esse tipo de conteúdo adiante, mesmo sem sabê-lo, pode até se ver envolvida numa rede com implicações com a Justiça.

Além do mais, o WhatsApp “não armazena conteúdo dos usuários e todas as mensagens possuem criptografia de ponta a ponta, não sendo possível a moderação das mensagens dos usuários” ou seja… se eles não leem esse conteúdo, nem teriam como transferir dinheiro a alguém.

Temos diversos exemplos que já comprovadamente são mentiras e que acabaram se propagando através de compartilhamentos no aplicativo, como por exemplo, começou a circular no final de setembro de 2018, uma imagem (foto) acompanhada de um áudio que afirma que a menina da foto precisa passar por uma cirurgia e, para cada compartilhamento no WhatsApp, a garota irá receber um real do “Zap” para custear o seu tratamento!

Alguém pegou uma imagem chamativa na web e juntou com um áudio falso para espalhar no WhatsApp.

Na verdade,  mocinha da imagem tinha 12 anos quando sua história apareceu nas redes sociais, em novembro de 2016. Sandy Brandão da Cruz, moradora da cidade de Garrafão do Norte, no Pará (Brasil), foi internada no Hospital Barros Barreto, em Belém com problemas no fígado e no baço.

Em setembro de 2017, as fotos da adolescente foram parar em um boato espalhado na Índia, afirmando que a menina da foto era uma menina refugiada de 9 anos de idade e que estava grávida.

Conclusão

O WhatsApp não está ajudando ninguém com compartilhamentos de crianças doentes! O áudio é o mesmo já usado em outras correntes falsas e a foto da menina é de 2016, quando ela esperava por um tratamento no fígado!

Eric Gomes

Eric Jardini Gomes é Analista de Segurança Digital na Plugin Informática e Tecnologia - Curitiba/PR - Formado em Ciências da Computação pela USP - MBA em Tecnologia de Software - Escola Politécnica da USP

Deixe seu comentário para a noticia

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *